28 de maio de 2008

E o sono não vem...

Tenho muito pra fazer, mas pouca paciência pra isso. Tenho que estudar pras provas da semana que vem, tenho que pensar em algumas mudanças que quero (tenho que) fazer no trabalho, tenho que fazer as unhas, me besuntar de creme pela terceira vez hoje. Minha pele ta cada vez mais ressecada. É a ação do remédio. Pelo menos ta fazendo efeito. To contente com isso. Se não morrer, terei uma cútis de anjo no fim dos sete meses.
Já tentei ouvir várias músicas, mas nem mesmo as de sempre estão agradando. Já tentei de Metallica a Leoni, parei na falecida Cássia Eller, mas só consigo ouvir as mais loucas. Nada muito certinho, muito harmônico... Eu quero é a zoeira mesmo, a falta de ritmo, de constância.
Essa turbulência interior é resultado da falta de turbulência externa, hoje. Tive um dia muito normal, muito calmo, muito cinza, muito chato. Até conversei com uma senhora desconhecida no metrô sobre o tempo...
Não gosto de dias chatos, comuns. Cobro da vida (de Deus?) desafios diários. Quando tudo fica morno demais me chateio. Dia perdido, nada demais. Nada. Nenhum riso a mais, nenhuma lágrima, tudo muito fácil de levar. Cadê a sensação de estar viva?
Nada me irrita mais do que a estabilidade, o equilíbrio pleno. Acho que é por medo, por saber que quando estamos em equilíbrio vem um e pá! acaba com ele. Parece que acontece de propósito, que é feito por inveja, por maldade... Sei lá, acontece. Pelo menos comigo é assim. Por isso destruo meus momentos de equilíbrio antes que alguém o faça, como quem quer provar aos outros que quem manda no meu rumo sou eu. Mas não sou eu quem faz isso? Já não sei mais. Sei que tudo continua cinza, como esteve o dia inteiro.
...
E olha que eu nem bebi hoje.

Ser carioca

É duro admitir mas ser carioca é falar sem medir consequências. É dizer "vem" e se assustar com o tocar da campainha.
Ser carioca é não ter hora de ir pra praia nem ter hora pra sair de lá. É de repente nem aparecer. É a cultura da espontaneidade que só quem é, sabe. Só quem mora no Rio, entende. É mudar de opinião, mudar de atitude ao sentir vontade. Desejo, logo faço. Não quero, tudo bem.
É ser sincera ao falar e verdadeiro ao omitir. É viver sem obrigações. Ser responsável com o seu querer.
Me desculpem os paulistas, mas ser carioca é ser natural. É confiar nos próprios instintos.
É encontrar com celebridade na rua e virar o rosto para olhar o pôr-do-sol. É ser blasé com a própria rotina. É sorrir para o surreal.
É sair para a night de havaianas e cabelo molhado. Ir para o shopping como quem muda de cômodo. É fazer de tudo uma ida à esquina. É ver o inédito como óbvio. É dizer sim sem balançar a cabeça e depois virar pro lado e dizer: "Ahn?"
Ser carioca é voltar pra casa depois de trabalhar e olhar a paisagem verde. É dormir até tarde sem pressa de viver. Porque a vida está lá fora. A natureza é aqui. Sem pressa, sem compromisso. É apenas sentir.
É gostar de roda de samba na esquina. Sem clube nem turma. É ser amigo do estranho. É ver corpos bonitos passar e poder contemplar a beleza de ser e de estar.
É viver na cidade maravilhosa e não se orgulhar de monumentos. É sorrir para qualquer mendigo na rua. É conhecer barulho de fuzil, ter medo mas não se afligir.
Ser carioca é se permitir.

...
Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/post.asp?cod_post=52804

27 de maio de 2008

Ociosidade

Algumas coisas são bem desagradáveis. Encontrar a pessoa que você ama com outra pessoa na cama é bem desagradável. Dar uma topada com o dedão do pé numa pedra também. Mas se tem um lugar que reúne uma variedade de coisas desagradáveis é banheiro. É horrível descobrir que o papel higiênico acabou depois de terminar o número dois. Ou encontrar um troço na privada e saber quem foi o infeliz que largou aquilo ali.
Se o banheiro de casa proporciona momentos inesquecíveis como esses, banheiro público então, nem se fala. Você entra num banheiro de shopping, por exemplo, e consegue ouvir uma sinfonia de puns, alguns horríveis, barulhentos, outros tímidos, todos seguidos de um odor tenebroso. Ou você acaba de liberar espaço para a próxima refeição e vê uma pessoa entrar no cubículo que você estava utilizando e sair em seguida, normalmente com uma cara péssima. Mas quando acontece a combinação banheiro + sexo (solo ou não)... aí o bicho pega mesmo.
Certa vez uma amiga (vejam bem, uma amiga, isso nunca me aconteceu) estava passando férias na casa de uma tia e, enquanto todos descansavam depois do almoço, resolveu ir ao banheiro aliviar a “tensão”. Estava lá se divertindo tranquilamente, quase terminando os trabalhos, quando levantou os olhos e viu a sua tia a observando do quadradinho de vidro que havia quebrado da porta. Isso traumatiza, minha gente. A guria nunca mais conseguiu se masturbar em “casas de tia” ou em banheiros com janelinhas de vidro, mesmo que inteiras.
Outra vez, outra amiga (juro, hehe) estava no banheiro com o namorado, ambos completamente bêbados (aí sim, brincando de verdade) e pumba! a avó do sujeito adentra o recinto e dá de cara com aquela cena toda maravilhosa. Fazer o quê? Parar? Chorar? “Vó, dá licença, o banheiro ta ocupado” e tudo resolvido. Depois dessa, dizem que a avó do cara desencanou completamente com o namoro deles e até avisava quando e quanto tempo ficaria fora de casa.
To falando essas baboseiras porque hoje entrei no banho e descobri, bem no finalzinho, que a minha toalha não estava onde deveria estar. Tive que ficar pulando no banheiro com um puta frio até me secar, tudo por conta da preguiça de sair patinando toda a casa e, depois de me secar, fazer o mesmo com o chão. É, preguiça é foda mesmo. Tempo ocioso num cubículo então, nem se fala.

Usuário bom é usuário morto!

Acordei mais ou menos, o humor não estava muito bom. Tomei meu banho, me vesti, verifiquei as coisas que tinha que levar pro trabalho e saí.
No andar exatamente abaixo do meu entrou um casal a conversar. Papo vai, papo vem, eu, que não sou surda nem nada, ali, captando toda a conversa.
- Marcelo, recebi uma intimação por email, mas não abri. Fiquei com medo de ser algo ruim.
- Por que não abriu? Pode ser algo importante!
- É... o que me preocupa é que já recebi o mesmo email três vezes. Daí, dessa última, não abri em casa, deixei pra abrir no trabalho.
- E aí?
- Ah, abri rapidinho pra não acontecer nada, não deu pra ler.
A criatura esposa do tal Marcelo falou "deixei pra abrir no trabalho" sacudindo os ombros e com um sorrisinho irritante no rosto. Eu, que, conheço bem esse tipo de gente, não agüentei:
- Perdão, não pude deixar de ouvir. Pode abrir em casa sim, não tem problema, eu já abri uma dessas também e não aconteceu nada com o meu computador. Você só vai ter que clicar no link que ta no email pra ver o que diz a intimação, pois no email não vem muita informação, não é?
- É, eu vi quando abri...
- Então. Mas vê em casa, porque normalmente os micros do trabalho são monitorados – falando baixinho – e você não quer que ninguém do trabalho saiba da sua vida, seus problemas, né?
- É verdade.
- Então, pode abrir, tranqüilo. Mas vê hoje, não deixa passar porque pode dar problema pra você.
- Vou fazer isso sim. Obrigada pela dica!
E saiu sorrindo.
...
Tayza 1 x 0 Usuário

26 de maio de 2008

Troca

Receber exatamente o que se dá a alguém. Isso deveria ser regra, mas infelizmente não é. Pelo menos não da forma que deveria ser.

Verdades

"Cada um tem de mim exatamente o que cativou, e cada um é responsável pelo que cativou.
Não suporto falsidade e mentira. A verdade pode machucar, mas é sempre mais digna.
Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, pois o triunfo pertence a quem mais se atreve e a vida é muito para ser insignificante.
Eu faço e abuso da felicidade e não desisto dos meus sonhos. O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar e correr o risco de viver seus sonhos."

Charles Chaplin

Vida saudável

Pelo menos dois litros d'água por dia.
Me entupindo de hidratante no corpo e nos lábios.
Colírio toda hora.
Alimentação livre de gordura.
Nada de bebida alcoólica.
Cafezinho, só com adoçante.
Protetor solar full time.
...
Será que depois de sete meses desse tratamento de choque eu volto a ser normal?
To com medo de gostar disso...

23 de maio de 2008

Coisa de mulher

Que bolsa de mulher é uma zona, todo mundo sabe. Mas algumas exageram na quantidade e tipo de apetrechos carregados dentro de tal acessório. Agora, com essa moda de maxi bolsas então, nem se fala. Se nós já carregávamos o mundo em bolsas normais, imagina o que fazemos com bolsas duas, três vezes maiores que as comuns!

Na minha bolsa, por exemplo, é possível encontrar um bocado de objetos úteis: pente, todo tipo de maquiagem, remédios, fone de ouvido, MP3 player, cabo USB, espelho, estojo com várias canetas, lápis e borracha, óculos de grau e de sol... por aí vai. Mas, além de tudo isso, ainda é possível encontrar uma coleção enorme de recibos do cartão de crédito, débito, papéis daqueles que são distribuídos na rua e mais papeizinhos com anotações de tudo e qualquer coisa que venha a me interessar.

Noutro dia me peguei com uma enorme dificuldade de encontrar um cartão lá dentro e, diante de tal situação, decidi: tenho que arrumar essa bolsa HOJE!

Chegando na empresa em que trabalho, aproveitei o primeiro tempo vago que surgiu para iniciar tal tarefa. E lá me pus a retirar da bolsa tudo o que lá estava, para separar o joio do trigo e então guardar tudo arrumadinho de novo. Estava tão concentrada naquela tarefa que não notei que um colega de trabalho me observava com ar de espanto. Foi quando me virei pra ele e perguntei:

- Ta olhando o que, Dudu?

Ele permaneceu parado diante daquela cena como quem não acreditava no que via. Depois de algum tempo, respondeu:

- Caraca, Tayza! Eu sei que bolsa de mulher tem muita coisa... mas pô, uma bússola?

Olhei praquela bússola enorme, com cordinha e tudo... respirei. Homem nenhum entenderia aquilo, mas me senti obrigada a dar uma explicação ao Duduzinho, antes que ele me achasse uma louca.

- É que to estudando Feng Shui, tenho que verificar com freqüência a direção dos imóveis, dos objetos, mobílias...

- Hã?

Desisti de explicar. Achei mais fácil concordar com o que o Dudu estava pensando, que eu era uma louca que anda com coisas inúteis na bolsa. Ele deve estar se perguntando até hoje por que eu não uso um GPS, já que ta tão baratinho... Aff...

22 de maio de 2008

Matando a véia do coração

- Oi filha! Tudo bem? Você vem no sábado?
- Lógico! E eu vou perder a festa da cidade? Jamais!
- Além de você, vem mais alguém?
- Hum... Só eu, Aldi e o Hugo.
- Graças a Deus, filha! Tava preocupada. É complicado abrigar muita gente aqui em casa, você sabe...
- Ah, mãe, não mete essa. Cê gosta da casa cheia, vai...
- Mas é complicado, né, filha? Muita confusão.
- Ta. Só vamos nós mesmo, ta confirmado.
- Ta bom. Beijo. Vem com Deus.
- Beijo, véia.

Mais tarde, uma amiga me liga...

- Tê, aquele convite que cê fez ainda ta de pé?
- Uhu! Ta sim! Vamos sair daqui no sábado às sete horas da madruga.
- Demorou então!

Ainda mais tarde, no MSN...

- Amor, o Beto ta falando que vai pra Floresta também.
- Caraleooooo!!! Que maneiro!!!
- Ele e a esposa. O Betinho deve ir também.
- Porra, o Betinho é foda.. Se ele cantar a minha filha eu juro que mato aquele moleque de porrada...
- Demorou?
- Demorou!!!

Lógico que eu não vou ligar avisando que houve uma singela mudança de planos, né? Afinal, se a minha mãe passar mal, eu quero estar perto pra poder ajudar. Segura essa, véiaaaa!!!
;)

Manhãzinha do cão!

Eu divido apartamento com a minha prima, o que é bem legal, porque a gente se dá super bem, e, exceto um mau-humor de uma aqui, da outra ali, a gente nunca brigou. São dois anos de convivência pacífica e tarefas (nem sempre) irmãmente divididas. Tipo, se fôssemos sócias de uma empresa, certamente estaríamos lucrando.
Pois bem, ontem eu fui dormir razoavelmente tarde, afinal, hoje é feriado. É um diazinho bom daqueles que a gente pode ficar rolando na cama até umas... deixa eu pensar... umas onze horas da manhã. É bom, a gente fica ali, com o corpo dolorido de tanto permanecer na horizontal, mas num acesso masoquista continua com aquilo, rolando pra aliviar a dor entre uma cochilada e outra. Todo mundo faz isso. Muita gente deve ter feito isso hoje. Eu não.
Tava lá, dormindo toda torta, corpo em cima de um dos braços, um pé só pro lado de fora do edredom (porque se eu colocar os dois sinto frio e me sinto insegura; tenho problemas mesmo, tenho que botar um só pra rolar um equilíbrio nessas coisas), como sempre. Normalmente a minha prima é muito discreta. Ela se levanta sempre antes de mim e raramente eu noto que ela já acordou, abriu um monte de armários, tomou banho, ficou três horas se maquiando, fechou aquela porrada de armário que tem aqui, bateu a porta da sala e saiu. Mas hoje... hoje ela estava animada para viajar e se esqueceu de ser tão delicada nos movimentos. Nenhum estrondo de porta batendo, mas sei lá, o barulho do chuveiro tava mais alto. E eu dormindo, sonhando com alguma coisa que não me lembro mais quando de repente vi uma cachoeira. Muita água mesmo, daquelas grandes e fortes. Bem, ontem, durante todo o dia, fiquei me treinando a beber mais água do que normalmente bebo. Tipo, na próxima sexta começo a tomar o veneno pra acne, o médico disse que isso resseca até vaso de flor que fica por perto, então vou começar a beber muita água pra compensar. Bebi, bebi, bebi e sei lá porque que depois de tanto xixi um bocado daquela água permaneceu dentro de mim, aguardando para ser eliminada no dia seguinte. Nesse ponto a configuração da coisa estava mais ou menos assim: eu sonhando com uma puta cachoeira e uma puta vontade de fazer xixi. Pior impossível! E, o mais escroto (sonhos quase sempre são escrotos mesmo), eu estava procurando uma moita pra fazer xixi! Caraca, mas em cachoeira se faz xixi na água mesmo! Mas eu queria uma moita – e não adianta fazer piada com a minha cara porque eu tenho certeza que era xixi o que eu queria fazer na moita. Enfim, como disse acima, durmo toda torta, normalmente com um braço por baixo do corpo, braço esse que costuma ficar bem dormente. So, não fosse suficiente todo o aperto que eu tava passando pra encontrar a moita, meu telefone celular (isso ainda no sonho) começou a tocar. Aí eu pensei: fodeu! To quase me mijando aqui, já andei pra caralho em volta desse aguaceiro todo e não aparece uma porcaria de moita; meu telefone ta tocando e eu to com o braço que atende telefone (outra escrotice, no sonho só o braço direito atendia o telefone) ta completamente dormente! Se eu atender essa bosta aqui, pode ser que ele caia na água e aí ferrou tudo de vez! E o telefone tocava, tocava, uma, duas, três, quatro vezes, quando eu me dei conta que telefone porra nenhuma, o que tava tocando era o interfone e que, o que me deu um certo ódio no coração, a minha prima não havia saído do banho para atender aquela porcaria. Levantei, cambaleei pelo corredor até atingir a sala, peguei aquela porcaria de interfone e uma voz nasalada anunciou “é o Eduardo”, eu que já tava P da vida tampei o nariz e respondi “manda subir”, com um tom de ironia. Cheguei perto do banheiro e gritei “Rô, o Dudu ta subindo. Tipo, eu to de roupa meio transparente, vai ficar complicado pra abrir a porta pra ele”. Ela disse que tudo bem, que ele ia esperar ali fora mesmo.
...
Bem, eu que já estava acordada, me peguei pensando que putz, mas que filha da puta que vai largar o menino plantado num corredor até ela terminar o banho! Tipo, o corredor ta feio, ta em obras, todo empoeirado e o moleque lá, plantando na porta do meu apartamento! Bem, namorado é dela e ela deve saber o que está fazendo.
Como vocês podem ver, são 8:30 e eu não voltei a dormir. Não quis mais, perdi o tesão. E quem achou que eu me mijei toda se fodeu, porque eu consegui chegar no banheiro a tempo. O problema é que não tinha mais papel higiênico, mas isso é papo pra outro capítulo dessa vida de quem compartilha apê...

20 de maio de 2008

Para refletir

Quando um amigo diz a você que está carente e deprimido, o que ele menos deseja ouvir é que você não sabe o que fazer para ajudá-lo, pois, conforme dito, ele considera você um amigo - aquele com quem pode contar em todos os momentos . E, se você realmente quiser, mas não souber como ajudar, resolva o problema da seguinte forma: dando carinho.
Simples, não?

19 de maio de 2008

...

When your day is long
And the night
The night is yours alone
When you think you've had enough of this life
Well hang on

Don't let yourself go
Cause everybody cries
And everybody hurts
Sometimes


Sometimes everything is wrong
Now it's time to sing along
- When your day is night alone -
Hold on, hold on
- If you feel like letting go -
Hold on
If you're sure you've had too much of this life
Hang on

Cause everybody hurts, sometimes
Take comfort in your friends
And everybody hurts

Don't blow your head
Oh, no
Don't blow your head
If you feel like you're alone
No, no, no, you're not alone

If you're on your own
In this life
And the days and nights are long
If you're sure you've had too much
Of this life
To hang on

Well, everybody hurts
Sometimes, everybody cries
Sometimes, everybody hurts
Sometimes

And everybody hurts
Sometimes

So, hold on, hold on
Cause no you are not alone


(Everybody Hurts - REM)

Tem dia que o vazio toma conta de mim. Hoje foi assim.
Nessas horas penso em ligar pra tal doutora, marcar umas conversas. Nessas horas vejo que a minha doença não está 100% curada... Nessas horas descubro que estou muito longe disso.

18 de maio de 2008

Inclinação da alma e do coração


Porque o amor é muito simples. A gente que inventa de complicar...

Asas de aço

Hoje saímos às 08:05 do Recreio em direção à Glória, curso às 09:00. Pegamos uma carona básica com o Beto, cara legal, colega do trabalho.
- Beto, acho que a gente vai chegar atrasado no curso...
- Fica tranqüila, vou pela Yellow Line.
- Beleza...
No carro, eu, namorado e Beto. Na Linha Amarela, um carro passava, corria, ultrapassava e quase voava a 160 Km/h, às vezes um pouco mais, quase nunca menos que isso. Estávamos dentro dele.
- Beto, to tirando o cinto, ta?
Pensei: “Bem, se ele porrar não vai sobrar muito da gente mesmo. Como não quero ficar aleijada, prefiro ficar solta, daí qualquer problema eu morro de uma vez”.
Engraçado... não vou dizer que não tive medo, porque até tive. Mas a sensação de estar voando era muito mais forte, anulando o medo.
Às 08:35 estávamos em frente ao Hotel Glória. Trinta minutos do Recreio à Glória, quase impossível de acreditar.
Adrenalina. Coisinha boa de sentir, não?

16 de maio de 2008

Totalmente insana...

Final do dia de ontem, mandei um email mais ou menos assim para o meu chefe e alguns companheiros de labuta:

Prezados,
Venho através deste solicitar férias. Como vocês podem ver, o trabalho está afetando a minha mente de forma que eu venho vendo seres estranhos a caminho do trabalho.
Hoje de manhã, por exemplo, eu juro que vi a Sheeva na Av. Princesa Isabel, em Copa... Para comprovar o fato e justificar meu pedido, envio foto em anexo.
Certa da compreensão de todos,

Acho que agora me internam...

Me peguei numa situação estranha, agora: tem um rapaz que trabalha aqui na empresa que é surdo e mudo. Ele passa por mim todos os dias, a quase todo momento (como agora) e, desde que me disseram que ele tinha essas deficiências, me pego morrendo de pena dele, toda vez que o olho. Mas putz, o cara passa aqui sorrindo, aliás, ele vive sorrindo, caminhando a passos largos, cabeça erguida... por que a minha pena, então? Parece que ele é muito mais feliz do que muitos que falam e ouvem perfeitamente por aqui.

15 de maio de 2008

Placarzinho

Trabalho na TI de uma mineradora e, como em toda empresa onde Informática não é foco, a TI é tratada como um mal necessário. Somos culpados por tudo: falta de energia elétrica, café derramado na mesa, o dia estar ensolarado, essas coisas. Sendo assim, esporro é algo comum para a minha equipe. Mas nem tudo que é comum é agradável...
Vendo que meus colegas de trabalho estavam ficando cada vez mais estressados com as “delicadezas” dos usuários e chefes, resolvi descontrair um pouco, criando o placarzinho abaixo.

Agora, toda vez que alguém é “bem tratado” no andar, solta um berro “Tayza, zerou o placar aqui”, seguido de uma boa risada.
Pronto, agora tomar esporro tornou-se algo menos desagradável e todo mundo leva isso na esportiva, quebrando aquele clima chato que rolava antigamente.

- Tayza, faz o seguinte: sempre que o Claudio estiver aqui e o Rafael chegar, você atualiza o placar.
- Ô Rafaaaa, isso que o Fábio ta falando confere?
- SIIIM!
- Opa! Demorou!

12 de maio de 2008

Mandinga

Minha mesa de trabalho é um santuário. Tem que estar sempre em perfeita ordem, senão não consigo trabalhar (sim, eu tenho toque). Como se toda essa organização não fosse suficiente, ainda cismo de enfeitar o local com pedrinhas, fotos e agora com a minha mais nova maluquice: um simpático gato se espreguiçando. Dizem que afasta o mau-olhado.
- Tayza, que porra é essa?
- Um gato com a bunda virada pra porta, Henrique.
- Já não basta aquelas macumbas ali? – ele apontou pros cristais – Agora tem até gato?
Henrique pegou o meu gatinho lindo e sugeriu algumas utilidades para o dito cujo...
- Legal! Você pode usar isso pra bater na cabeça dos usuários, quando eles torrarem a sua paciência. Melhor, você pode colocar essa porra na cadeira do usuário que mais te encher! O que você acha?
...
Lógico que aprovei a segunda idéia.

Da minha inconstância

Estou, neste momento, ouvindo The Butterfly Lovers Violin Concerto, de Vanessa Mae. A música que tocava exatamente antes dessa era Heaven and Hell, do Black Sabbath. Alguém explica esse gosto louco que aplico em tudo na minha vida?

11 de maio de 2008

Orkut says:

Sorte de hoje: Você e seu companheiro vão ter uma vida feliz.
Alguém duvida disso? rs

10 de maio de 2008

Alegria

Feliz, tranqüila.
Acabei de arrumar as malas. Levando o meu olhar para o lado consigo vê-las, ali, sorrindo pra mim. Minhas malas gostam de viajar.
Dentro de duas horas estarei na Rio-Terê, vendo o verde lindo daquela serra linda. Passarei entre nuvens. Pararei dentro de alguma no ponto mais alto da serra, para observar o branco que brinca de esconder o verde. É bom sentir o vento frio contando meu rosto, sacudindo meu cabelo.
...
Sinto-me viva, novamente.

Jeans surrado, bata branca caída num ombro. Chinelo amarelo. No peito, um cordão de prata com pingente de água-marinha, pedra fortalecedora dos relacionamentos amorosos.
Preparo o repertório da viagem: Pearl Jam não pode faltar, o S&M, também não. Levo meus mais novos CDs da Marisa. Um sambinha cai muito bem, e aquela voz de sabiá preenche a minha alma. Tudo certo, só falta o namorado com o carro, a minha tia e meu irmão. Faz frio, dezenove graus no Rio...
- Mãe, ta muito frio aí em cima?
- Filha, vem agasalhada porque ta fazendo uns nove graus...
- Acho que não sei mais o que é sentir tanto frio... Ok. Daqui a pouco chego aí. Vou pegar um agasalho. Beijos.
- Vem com Deus, filha. Beijos.
E vai o carro cheio cruzar 300 km até quase Minas, esbarrar no rio Paraíba e não atravessar a ponte. Vai beirando aquele aguaceiro até a roça, desce, vira à direita, chega. Vejo os eucaliptos e a figueira. Tomara que o céu esteja aberto, pois aprecio o contraste do verde com o azul. Na panela, comida da boa. Abraços. Colo. Família.

9 de maio de 2008

Desabafo

Sei que não sou a pessoa mais educada do mundo e que estou longe de ser a mais delicada, também. O convívio com homens, tanto na faculdade quanto no trabalho, fez com que eu me tornasse menos fresca, logo eu que já não era muito fresca mesmo. Hoje falo mais palavrão do que antes e não faço cerimônia para falar abertamente sobre qualquer assunto, inclusive sexo. Sinto-me livre para conversar sobre assuntos polêmicos e normalmente causo polêmica quando opino. Sou assim, e faço questão. Mas, apesar de tudo, tenho bom-senso para não me expressar de tal forma em locais impróprios ou próxima a pessoas que não aceitam ou apreciam tal comportamento. Não que eu me importe com a opinião que esse tipo de pessoa possui sobre mim, mas por respeito.
Hoje fui almoçar com três colegas de trabalho, dois deles amigos pessoais, inclusive. A terceira pessoa, não tão acostumada com o meu jeito de ser, ficou chocada com a conversa que estávamos tendo e fez críticas a minha pessoa de forma a me diminuir. Ele conseguiu.
...
Falo o que todo mundo pensa, mas poucos têm coragem de dizer.
Peço desculpas se choco com as verdades que digo, mas, como acabei de dizer, são verdades e nada no mundo muda esse fato.
Finalmente, apesar de chateada, continuarei sendo essa pessoa polêmica e crítica que sempre fui, falando com naturalidade sobre qualquer assunto e causando arrepio aos hipócritas.
E foda-se o mundo.

8 de maio de 2008

Tratamento de choque

Pela terceira vez na vida fui ao dermatologista. Motivo? Acne. Na adolescência eu não tinha, passei a ter depois de velha. Agora sou uma mulher de vinte e cinco anos com acne como uma garotinha de dezessete.
Pois bem... O médico me fez um milhão e meio de perguntas e, após verificar que os dois tratamentos que eu havia feito não deram resultado, decidiu: Roacutan. "Você não vai poder engravidar, porque se isso acontecer o bebê certamente nascerá com problemas. Também não vai poder pegar sol, pois a sua pele vai ficar muito sensível e ressecada. Aliás, esse remédio vai ressecar inclusive as suas vias aéreas, olhos, todas as partes do seu corpo que possuem mucosa."
Apesar de todo esse terrorismo e da minha tristeza por não poder ir à praia durante o tratamento, o que mais me chocou foi a última frase do tal doutor: "Ah, e álcool, nem pensar!"
Eu fiquei em silêncio por alguns instantes tomando coragem para, então, perguntar quanto tempo duraria o tratamento. Quase caí da cadeira! Sete meses! "Como assim, doutor? Nem uma gotinha?" e ele disse que eu até podia tomar uma cerveja, mas que se passasse disso eu teria a pior ressaca da minha vida, daquelas que o sujeito pede pra morrer... Terei que ficar sóbria mesmo. So, para não deixar o desejo pela birita acumular, pensei no seguinte:
Uma caneca de chopp comporta 300ml de tal líquido precioso. Eu bebo em média cinco canecas de chopp por noite, totalizando 1,5l por noitada. Como a minha vida social anda bem agitada e eu tenho saído pelo menos três dias na semana, ando bebendo 4,5l de chopp a cada sete dias, totalizando 18l por mês. Se eu vou ficar sete meses sem beber, para compensar os 126l que deveria beber nesse período, tenho que beber 9 litros de chopp por dia pelas próximas duas semanas, tempo de fazer os exames e começar a ingerir o tal veneno (me refiro ao remédio). Só não vou começar a beber hoje porque amanhã tenho que fazer um baita exame de sangue, que pela quantidade de coisa que o médico escreveu no pedido deve ter que ser realizado em tempo real, com o sangue ainda nas minhas veias, pois pelo visto não dá pra tirar tanto sangue de uma pessoa sem que essa morra. Falando em morrer, também não dá pra beber tanto chopp por dia, então preciso converter isso em alguma outra birita mais "concentrada". Vou verificar quanto de álcool tem nessa cerva toda e beber o equivalente em tequila. Mais fácil e vou engordar menos. E amanhã é sexta-feira, dia de começar o tratamento, hehe.

Liguei no laboratório para saber se aceitavam o meu convênio.
- Boa tarde. Gostaria de saber se vocês aceitam o Sul América.
- Qual plano?
- Empresarial.
- Sim, aceitamos.
- Tem como marcar hora pra fazer o exame?
- Qual é o exame?
- De sangue.
- Mas qual exatamente?
- Minha senhora, cê tá de sacanagem, né? Foi um médico de verdade que escreveu esse pedido aqui! Não dá pra entender nada!!!
Essa frase foi seguida de uma grande gargalhada. A doida do outro lado nem concordar, concordou. Agradeceu o contato e ponto. Vou lá amanhã às 7h, pegar fila mesmo...

Agora pensa comigo: se a porcaria do remédio resseca todas as mucosas do corpo, além de gastar com o Roacutan (que não é nada barato), com colírio e remédio para o nariz, terei que investir uma grana em KY, não? Mesmo que o médico não tenha falado, sei que não são só os orifícios do rosto que têm mucosa.

TPM

Por algum motivo mágico mulheres que passam muito tempo juntas menstruam na mesma época. Por outro motivo (esse não tão mágico) mulheres ficam feias e chatas durante esse período. Será que isso explica o atual comportamento das cinco gurias que trabalham comigo? Elas andam gritando com seus namorados e colegas de trabalho. Além disso, estão extremamente intolerantes e descabeladas. TPM em massa é foda.

- Tayza, mas eu não entendi...
- Ah, cara, não fica me questionando, não. Faz logo o que eu to pedindo senão vai dar merda!

Imperfeição

Eu tenho uma coleção de amores que não me amaram...
E de sofrimentos...
Eu amo demais... Logo, sofro demais...
Mas faz parte, porque sou a pessoa mais feliz do mundo a cada novo amor.
(eu em papo cabeça com amigo ainda agora)

Quando a vida torna-se uma repetição de situações desagradáveis é sinal de que estamos cometendo um erro grave (ou mais de um), pois se vivemos logo adquirimos experiência e tendemos a usar essa experiência para não cometer mais o mesmo erro. E, como a vida é uma eterna evolução, as situações desagradáveis não devem se repetir, pois em teoria estamos aptos a evitá-las. Simples, não? A resposta é não. Só me falta entender o motivo pelo qual, mesmo cientes de toda a dor que sentiremos, insistimos nos mesmos erros.
Penso que alguns prazeres da vida são tão incríveis que compensam a dor que enfrentaremos (e sabemos que vamos enfrentar) mais à frente. Penso também que é dessa forma que superamos traumas, pois vemos que viver vale a pena. Penso ainda que é dessa forma que transformamos feridas gigantescas e purulentas em cicatrizes discretas, quase esquecidas. Eu disse quase. Elas nunca se apagam totalmente.
Eu digo e repito: viva intensamente! Pois se para aprender é necessário errar milhões de vezes e se o erro às vezes vale a pena, só nos resta viver, errar, viver e acertar em algum momento... Mas só até outro erro que compense a dor.

Uma vez meu massoterapeuta me perguntou se eu já havia sofrido algum tipo de acidente. Eu respondi que sim, mas que o acidente tinha afetado apenas o meu rosto, que não havia deixado nenhuma seqüela no resto do corpo. Ele me disse que eu carregava aquele trauma entranhado nos meus músculos e que ele havia sentido isso desde a primeira sessão.

7 de maio de 2008

Trato

O combinado foi um post alegre para cada post deprê, intercalado, como um exercício para voltar a ver as coisas boas da vida. Será que vai funcionar?

6 de maio de 2008

Insônia

- E então, como você está?
- To bem. E você?
- To bem também. Quando você volta ao Rio? Sabe, sinto saudades das nossas conversas. Gosto pra caramba de ti.
- Volto na semana que vem pra ver a minha mãe e ir ao psiquiatra. Perdi minha receita.
- Olha, não confunda o que eu acabei de dizer... Gosto de ti como pessoa, como amigo, o que rolou já era.
- Não to confundindo, gatinha.
- É que gosto de deixar tudo muito claro, principalmente com você.
- Eu sei. Me desculpe por aquele tempo, viu? Sabe, quando nos conhecemos eu estava muito sem paciência. Hoje eu compro paciência na farmácia: tem de 250 e 500mg.
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- Memê?
- Oi.
- Me passa o telefone de um bom psicólogo.
- Caramba, amiga! Ta tão ruim assim???
- Ta bravo. Qualquer dia deixo você me analisar.
- Ta bom. Anota aí: 2547-xxxx.
- Valeu.
- Mas o que ta pegando?
- Merda generalizada, Mê.
- Ah, então tenta nesse que te falei. Ele vai revirar você... Você precisa ser forte, senão não vai agüentar.
- Sou forte, Mê. E quero mais é que me revirem mesmo. Quero que alguém me conserte.
- Mas ele não vai te consertar... Vou aí e já te explico.
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No sábado, na praia, tentei reviver cada momento da minha vida, desde o primeiro momento da minha existência consciente. Estava (estou) em busca do motivo que me deixou assim. Repassei cada detalhe do qual me lembrava, desde a bacia com permanganato quando eu tinha três anos até a latada no olho que tomei numa briga. Lembrei das merdas que eu fazia... Eu era uma criança muito arteira, definitivamente, hehe. Fui interrompida quando estava chegando aos quinze anos. O sol estava indo embora e todos nós estávamos com fome. Mas hoje, ao digitar esse post, vi que eu me esqueci de muitos momentos. Será que foi de propósito? Agora, por exemplo, me lembrei de quando a minha avó paterna prendeu o meu dedo na porta e de como eu achava que aquilo tinha sido de propósito, pois achava que ela gostava mais da minha prima do que de mim. Lembrei-me também do momento em que me deram a notícia de que o meu pai havia falecido, de como eu corri pela praça gritando que não, aquilo não estava acontecendo. Lembrei-me também da última vez que o vi. Ele chegou na casa da minha avó pelo portão de ferro dos fundos e me deu o abraço mais gostoso da minha vida. Estranho, mas aquele foi o abraço mais longo que já recebi, embora tenha durado alguns poucos segundos...
Sei que um médico não pode me consertar, que tenho que fazer isso sozinha. Mas será que vou conseguir? Será que não vou piorar? Aff...
Sei que não quero mais sentir essas dores que sinto durante a noite.
Estranho como as dores da alma são mais fortes no escuro...

1 de maio de 2008

Zuzu bem?

A minha capacidade de ficar bêbada é impressionante. Acabei de chegar de uma maratona de compras (tenho roupa até 2010, agora) e a minha sogra passou uma pizza. Como o refrigerante estava quente, enchi a caneca (sim, a caneca) de vinho. Como a sede era grande, dei logo um belo golão no vinho, pra matar a sede, né? Pois bem... Duas canecas de vinho se foram até agora e eu estou beeeeem tonta. Isso explica esse post doido. Pior que amanhã eu trabalho... Ai ai...